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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Só faltava isso...

Li na Folha de S. Paulo de hoje. Resolvi compartilhar. Achei um absurdo!

Dell do Brasil é processada por negar compra a quem quer ir a Cuba

O Ministério Público do Rio de Janeiro entrou com processo contra a Dell do Brasil porque a empresa se recusa a conceder crédito e a vender produtos para clientes que demonstrem interesse em viajar para Cuba.

A bibliotecária Vânia Maria Parreiras conta que, em 2008, quando tentava obter um produto da empresa, foi questionada se iria para Cuba caso ganhasse uma passagem. Ela afirma que nem titubeou: "Lógico! Do que é dado não vou reclamar".

Após a declaração, foi informada que não poderia concluir a compra. Ela insistiu até que, quase quatro meses depois, recebeu o laptop. Mesmo assim, Vânia fez uma reclamação no jornal "O Globo", que foi enviada anonimamente à promotoria e deu origem ao inquérito.

De acordo com Rodrigo Terra, promotor de Justiça e autor da ação, a companhia alega que, como é subsidiária de uma empresa norte-americana, deve seguir o embargo econômico a Cuba.

À Folha a Dell afirmou que segue a política da matriz, mas que não comenta processos em andamento.

"O consumidor brasileiro não está obrigado a contribuir para o embargo. Isso é uma violação a vários artigos do Código Brasileiro do Consumidor", afirma Terra.

Segundo o professor de direito civil da Universidade de São Paulo José Fernando Simão, apenas as leis brasileiras são aplicáveis ao caso. Para ele, ao limitar a venda, a Dell exerce "ingerência indevida" na liberdade de ir e vir do consumidor, o que caracteriza abuso de direito.

O promotor Rodrigo Terra diz que a empresa pode ser condenada a pagar multa de R$ 500 mil para indenização de dano moral coletivo.

Em 2007, um grupo de físicos brasileiros pediu boicote à Dell depois que a empresa exigiu que o físico nuclear Paulo Gomes, da Universidade Federal Fluminense, que havia comprado dois computadores, assinasse um termo.

No documento, ele se comprometeria a não usar os equipamentos "na produção de armas de destruição em massa" e a não transferi-los a cidadãos de Cuba, Irã, Coreia do Norte, Sudão e Síria.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Olha o Fidel aí outra vez

O ex-líder cubano aparece mais no noticiário internacional que o irmão Raúl Castro, atual presidente de Cuba. Hoje Fidel Castro deu o ar da graça no ato em comemoração aos 50 anos dos Comitês de Defesa da Revolução (CDR), unidades de bairro que foram fundadas para defender a revolução.

Mais de 20 mil pessoas ficaram reunidas para ouvir o discurso de Fidel. Ele repetiu quase que integralmente o que usou em 28 de setembro de 1960 – data da criação dos CDR.

Fidel não perdeu a oportunidade de reclamar os Estados Unidos. Ele acusou os EUA de levar o mundo “à beira da hecatombe nuclear”, caso ataque mesmo o Irã.

A foto que você vê aí é minha. Eu tirei de um CDR em Cienfuegos.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Ainda são apenas promessas

Cuba volta a ocupar espaço na imprensa internacional. As últimas notícias tratam da demissão da ministra da Indústria Básica, Yadira Garcia. A alegação é que a ministra foi demitida por “suas deficiências em comandar a instituição”. Seu posto será ocupado momentaneamente por Tomas Benitez Hernandes, até então vice-ministro. Um novo nome deve ser anunciado nos próximos dias.

Alguns analistas acham que a demissão de Yadira está associada às mudanças de Raúl Castro quer fazer na ilha. E a ex-ministra ainda representava a visão do governo Fidel Castro.

A notícia da saída dela veio depois do anúncio que o governo vai demitir 500 mil trabalhadores no ano que vem. Com a medida, o governo quer evitar que as pessoas que não estão trabalhando continuem recebendo do Governo. E, ainda, liberar as relações trabalhistas fora do Governo na ilha.

Realmente Cuba tem dado sinais de mudanças. Mas nada de concreto ainda aconteceu. São apenas promessas e especulações.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Leia, mas não espere relevações

O artigo do jornalista Jeffrey Goldberg foi publicado no caderno Ilustríssima deste domingo. Vale ler, mas pela repercussão que teve imaginei que era melhor.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Vem mudança por aí?

Depois das recentes aparições de Fidel Castro, em 30 de agosto eu escrevi que o ex-líder cubano logo seria visto fazendo seus longos discursos pelas ruas de Havana. E não demorou muito para isso acontecer.

Na semana passada estava zapeando e vi Fidel, ao vivo, proferindo um discurso para uma multidão em Havana. Infelizmente a CNN cortou o discurso e voltou a exibir o noticiário normal.

Isso foi bem no meio do feriado da Independência e não tinha acesso à internet no hotel. Voltei para São Paulo e esqueci de procurar o discurso. Vi menos que cinco minutos, mas lembro muito bem que Fidel parecia abatido. Falava sobre os riscos de uma nova guerra, mas parava para tomar fôlego. Nem de longe demonstrava a vitalidade do passado.

Hoje Fidel voltou ao noticiário. Desta vez porque teria assumido que o modelo da economia de Cuba não é mais eficiente.

O ex-líder disse ao jornalista americano Jeffrey Goldberg que o “modelo cubano não serve nem para nós”. Analistas do mundo todo começaram a falar sobre a afirmação.

Alguns disseram que esse é o sinal para que Raúl Castro comece as reformas que tanto o país necessita. Outros chegaram a dizer que é a “morte” do modelo existente em Cuba. Mas há também quem duvidou que Castro realmente quis dizer isso. Um chegou a dizer que ele deve estar senil.

Particularmente eu fico feliz se essa afirmação for verdadeira, mas é cedo para comemorar. É preciso que as mudanças realmente passem a acontecer.

Cuba é uma ilha linda, cheia de possibilidades e que vive praticamente do turismo. Pensar que o padrão de vida da população pode mudar é ótimo.

Ainda não consegui esquecer que os turistas tinham direito a dois ovos no café da manhã e os cubanos recebiam uma dúzia, por família, para o mês todo.

Eu adoraria voltar e ver Cuba um ano e meio depois da minha visita. Sentir o clima nas ruas depois as recentes aparições de Fidel. Entender como os cubanos que vivem na ilha estão recebendo essas notícias. Se é que essas notícias chegam até eles.