Acredito que Obama e seus comandados vão exigir mudanças dentro da ilha, e não sei se o governo cubano está pronto para elas. O jeito é aguardar.
terça-feira, 21 de abril de 2009
Cuba e a Cúpula
Acredito que Obama e seus comandados vão exigir mudanças dentro da ilha, e não sei se o governo cubano está pronto para elas. O jeito é aguardar.
Malícia, mojitos e tabaco
Parte do povo cubano é maliciosa. É preciso ficar atento para não cair em pequenos golpes. As ofertas vão desde tours descompromissados em troca de um simples “mojito” ou charutos por preços muito mais em conta que nas lojas tradicionais.
Descobri durante uma visita a uma fábrica de tabacos que os trabalhadores podem fumar quantos charutos conseguirem durante suas horas de trabalho, mas só podem levar para casa dois puros. Justamente para que o tabaco não seja vendido no mercado negro. As ofertas feitas aos turistas são de normalmente 25 puros por caixa, embalagem ou qualquer outra coisa que valha.
Dispensei um táxi com a justificativa que queria continuar minha caminhada pelo bairro de Padro. Na sequência veio a proposta. “La chica brasileña quer tabaco?”. Pronto. Falei que já tinha comprado tabaco é que não estava mais interessada. Mas ele insistiu que tinha puros excelentes por preços mais que convidativos. Aceitei a proposta e disse que queria ver.
O homem me levou até a casa em frente e começou a falar um espanhol impossível de ser compreendido por qualquer pessoa fora o “clã”. Logo o outro homem saiu da sala e voltou com uma mochila cheia de puros. Cohiba, Monte Cristo e Romeo y Julieta são os melhores puros de Cuba. São marcas mundialmente conhecidas e apreciadas. A proposta dele era realmente tentadora.
Enfim, saí da sala do mesmo jeito que entrei e alguns dias depois fui fazer uma visita a uma fábrica de tabaco em Pinar Del Río. Recebi dicas preciosas para ajudar na compra de tabaco e ainda descobri que era possível comprar tabacos puros, de fabricação totalmente artesanal, por um preço que variava de 30, 40 ou 50 CUC.
O processo de fabricação é super rigoroso e justifica os altos preços cobrados. Não há máquinas capazes de fazer o que os treinados cubanos fazem. As imagens ficaram apenas na lembrança, já que máquinas fotográficas são proibidas. A sala com iluminação artificial, cheirando a tabaco, me parece até um local insalubre. Não pelas condições de trabalho, mas pelo cheiro mesmo.
Homens e mulheres separam uma quantidade de tabaco e começam a enrolá-lo para colocar em um molde e dar vida ao tabaco. Depois ela ganha uma espécie de acabamento e está pronto para ser comercializado.
Aí entra outra parte rígida do processo. Homens especialistas separam os tabacos por cores para serem colocados em grupos. As caixas dos 100% puros são formadas por charutos do mesmo tom. Várias caixas foram mostradas para comprovar o que o guia dizia. Eu acompanhei o processo de fabricação dos charutos Romeo Y Julieta.
Modelo diferente
Desde 1956 o Brasil teve 13 presidentes. Cuba, dois. Fidel Castro de 1959 a 2008. De lá para cá seu irmão, Raúl Castro, está no comando da ilha. O atual modelo cubano substituiu a ditadura de Fulgêncio Batista. Em Cuba o regime é de partido único. As eleições existem apenas para eleger os deputados. Eles que escolhem Conselho de Estado e seu presidente.
Para quem não lembra:
Juscelino Kubitschek
Jânio Quadros
João Goulart
Castelo Branco
Costa e Silva
Emílio Médici
Ernesto Geisel
João Figueiredo
José Sarney
Fernando Collor
Itamar Franco
FHC
Lula
Museo del Run
Comecei minha visita sozinha, somente acompanhada da guia. Logo juntaram-se outras pessoas que queriam fazer a visita monitorada em espanhol.
Passamos por imagens das plantações de cana de açúcar, conhecemos o processo de tirar o suco da cana e vimos os barris enormes onde a bebida fica até poder ser consumida. Até a iluminação interfere no sabor final do produto. É uma visita bem interessante. Vale fazer.
terça-feira, 14 de abril de 2009
Fotos e mais fotos
Será só o embargo?
Segundo a agência, Fidel disse que “a medida de aliviar as restrições às viagens em si é positiva, embora mínima. Fazem falta muitas outras, incluindo a eliminação da Lei assassina de Ajuste Cubano, que se aplica exclusivamente a Cuba”.
A notícia diz ainda que Fidel exigiu na última segunda-feira o fim do embargo. Este artigo não li e não posso comentar.
O fato é que em Cuba o embargo é assunto comum. O povo cubano acredita mesmo que o fim do embargo pode melhorar muito a sua vida. Outdoors estão espalhados por toda Cuba com frases contra o governo americano. Um deles dizia que três dias do embargo são suficientes para terminar a autoestrada do país. Que outras três horas seriam suficientes para pagar pela impressão de todo o material didático que as crianças usam nos escolas. E assim vai.
Che
O filme é visualmente bonito e cheio de particularidades. Cenas que mostram como Che lidava com sua frágil saúde, por exemplo. Isso traz um pouco de vida para o homem que conheci apenas nos livros.
Adorei ver na tela algumas coisas que vi em Cuba. Relembrar os dias da conquista de Santa Clara. Ah, Santa Clara. De longe foi a cidade que me conquistou. A cidade não está tão longe da capital cubana, mas respira outros ares. Lá me senti acolhida. Talvez por isso tenha gostado tanto daquele pequeno lugar. Lá vi o mausoléu de Che, sua estátua de bronze com o braço quebrado (cena que é mostrada no filme), tive ajuda quando precisei. É como se tudo tivesse acontecido em Santa Clara.
Bom, na segunda parte do filme – ao que tudo indica – Santa Clara será passado. O gancho será a chegada à Havana e a partida de Ernesto Guevara. O jeito é esperar a segunda parte estrear. Não quero comprar nos ambulantes e ver em casa.
Acredito que um dia muda
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Sem restrições
A imprensa internacional diz que a imprensa cubana não divulgou o fato. É provável que seja verdade mesmo. A notícia chegou aos cubanos pela conhecida "rádio peão".
Amanhã vou ler as repercussões do fato. E, claro, ler o Granma.
Boa noite!
terça-feira, 7 de abril de 2009
Uma amiga em Cuba
Ana era uma das amigas que frequentava minha casa nas manhãs que cabulávamos aula para assistir Friends, na Warner.
Hoje Ana é uma profissional que harmoniza charutos e rum. Estava em Havana participando do festival de tabaco. Nosso encontro em Cuba aconteceu depois de mais de cinco anos de desencontros no Brasil.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Nada de ver o "Che"
Bom, vamos ver o que vai acontecer amanhã. Mudam as salas e sessões. Será que "Che" está sendo bem recebido pelo público? Será que vai ficar em cartaz em muitas salas? O jeito é esperar o Guia do Estadão para montar a programação para o final de semana. Enquanto isso vou participar, hoje, de uma aula sobre TCC na Fesp. Tudo para entregar um trabalho redondinho.