Eu estava sentada esperando o meu pedido ficar pronto. Ela sentou num banco da praça que ficava bem próximo ao lugar que eu estava sentada. Minha comida chegou. Estava quente e saborosa. Ela também estava no horário de almoço. Tirou da bolsa uma marmita e comeu ali mesmo. Fria.
Fiquei incomodada com a situação. Não pelo fato de ela comer ao meu lado, mas sim pelo fato de comer tudo frio. Do jeito que dava.
Quem me conhece sabe que praticamente não converso com as pessoas que sentam ao meu lado (?!). Tá, basta um sorriso para surgir uma conversa sem compromisso. Uma maneira de distrair, enfim, sou assim.
Não foi diferente com Maíra. Ela me contou que trabalhava em um banco, mas que gostaria mesmo era de voltar a trabalhar numa das empresas multinacionais que existem em Cuba. Maíra é uma advogada de 35 anos e mãe de um garoto de sete anos. Ela é casada.
Naquela tarde Maíra saiu da sua rotina e não leu. Estava acompanhada de uma biografia de Nelson Mandela em inglês. Ela disse que ficou contente com a nossa rápida conversa e que voltaria ao trabalho.
Eu continuei o almoço. Paguei a conta e saí para mais uma caminhada pelas ruas de Havana Vieja.