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segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O lançamento perdeu importância

Este post era só para falar sobre o lançamento do livro De Cuba, com Carinho, de Yoani Sánchez. A coletânea de posts foi lançada há 15 dias num evento um pouco tumultuado na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. A confusão se deu primeiro pela fala do senador Eduardo Suplicy (cheguei atrasada e não sei tudo o que ele falou) e segundo por conta de um grupo de jovens que são solidários ao povo cubano. Eles pensavam que o evento promoveria uma discussão sobre a ilha e saíram do auditório falando que aquilo não era o combinado. Eu também pensei que seria um debate, pelo menos era isso que dizia o convite. As perguntas só puderam ser feitas por meio de pedaços de papel.

Após a fala dos convidados e do mediador, foi exibido um vídeo produzido por jovens cineastas que foram até Cuba gravar com Yoani Sánchez. Ela não pôde deixar a ilha para participar do evento e gravou um depoimento para ser transmitido no lançamento.

Foi interessante ouvir as perguntas, respostas e as incertezas sobre Cuba. Todos concordaram que é um absurdo Yoani não poder deixar a ilha e ser considerada inimiga do governo por escrever suas percepções em um blog.

O episódio do lançamento deixou de ser relevante depois do último acontecimento na ilha. A blogueira relatou que no dia 7 de novembro foi agredida por duas pessoas ligadas ao governo cubano. Yoani foi atacada quando estava na companhia de outras duas pessoas a caminho de uma pequena manifestação contra a violência em Cuba.

Yoani disse ter reconhecido um dos agressores e publicou um link com a sua foto em seu twitter (@yoanisanchez).

É triste ver o que está acontecendo na ilha. Não posso afirmar que realmente tenha sido uma ação do governo ou de alguém que queira incriminar o governo. Talvez tenha sido a maneira encontrada para promover uma discussão sobre a questão da liberdade de expressão por lá. Mas é difícil acreditar que realmente não seja uma ação do governo.

A Constituição cubana não traz uma linha sequer que impeça o cidadão de expressar sua opinião na internet, porém, pelo o que se pôde observar nos últimos dias, eles arrumam um jeito de calar os que eles entendem por dissidentes.

Até então, o governo havia bloqueado o site de Yoani na ilha, colocando agentes para vigiá-la, bloqueado o seu e-mail pessoal. Mas nenhuma dessas medidas tinha atentado contra a integridade física da blogueira, cujo único crime é escrever o que sente no Generación Y.

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